domingo, 9 de outubro de 2011

Relatório do VI encontro

Fórum Permanente de Educação Ambiental
Relatório de Vivências na Escola de Ensino Fundamental Canadá/Viamão

O presente relatório é decorrente de experiências vivenciadas no sexto encontro do Fórum Permanente de educação ambiental proporcionado pela 28°CRE (Coordenadoria Regional de Educação), no dia 09/09/2011 na escola acima citada.
Comum aos participantes é a acolhida recebida pelos parceiros em todos os encontros. Na Escola Canadá, fomos acolhidos pela atual diretora Srª. Patrícia de Oliveira que gentilmente nos desejou boas vindas e fala que é muito bom abrir a escola para receber visitantes. A alegria também pode ser percebida na pessoa da professora Magali Gotz que também nos recebe.
A Escola
A Escola Canadá possui aproximadamente 400 alunos, sendo alguns internos e outros que permanecem somente durante o dia. Possuem 15 unidades educativas, onde todos os alunos passam no decorrer do ano, com atividades curriculares. Possuem uma agroindústria onde a produção é revertida totalmente para a escola, há processamento de queijos, iogurtes e rapaduras, dita por muitos, serem as mais gostosas já degustadas, incluindo eu. Possuem a horta escolar de produção orgânica que complementa as refeições dos alunos. Segunda a diretora, são auto-suficientes.
A proposta para o dia
Tínhamos como tema para esse dia que cada participante deveria levar uma muda de planta medicinal e pesquisar as principais características de cada uma.
Foram levadas 23 plantas, sendo descritas suas características e funções. Entre as principais características destacaram-se as formas de utilização das mesmas, incluindo o conhecimento científico e popular. A utilização das mesmas pode ser em forma de chás calmantes, antiflamatórios, óleos, em travesseiros, xaropes, cosméticos, xampus, pomadas, saladas e em forma de condimentos, segundo relato dos integrantes.
Mais uma vez um grande círculo se formou proposto pela professora Olga Justo, organizadora do FPEA e diz: “uma vez formada a roda ela jamais se desfaz”. Assim, cada participante com sua planta a leva para o centro do círculo, formando um espiral de ervas.
Eram mudas de: tomilho, alfazema, poejo, alecrim, hortelã, radite do mato, anis, alcachofra, capim cidró, melissa, malva, manjericão, funcho, pimenta e um chuchu. Muita fala sobre as plantas surgiram; a hortelã em tempos atrás era usada como perfume, o anis como sendo planta que dá para quase tudo e o cultivo do manjericão na recepção de hospitais e outras.
Entre os convidados para palestrarem no dia, tínhamos a presença da Sra. Neuza Herbert que nos proporcionou fazermos outras leituras sobre a prática com as medicinais, eram palavras de sabedoria. “A mandala em forma de espiral representa o processo de mudança social. Esse momento com a planta medicinal não é somente um gesto, é guiado pelo coração, há uma organização do Planeta; é assim que se forma o espiral com as plantas medicinais.”
A professora Olga ainda acrescenta: “As plantas possuem mais um elemento que pode ser percebido pelo aspecto físico dela. O que cura é a parte energética da planta, que pode ser materializado em forma de defumações e chás.”
A professora Magali diz que para ela esse momento, onde se fala do poder medicinal das plantas a levou a memórias; sua mãe sempre falava da importância de ter em casa um pé de pimenta, que essa era capaz de repor as energias ao homem e que tinha a capacidade de eliminar as energias negativas dos ambientes.
“A água relacionada ao portal do Sul traz á memória da vida, o legado deixado e presente em nossa bagagem, retomado. O elemento água nos reporta.” Diz Neuza.
Como parte ainda das atividades propostas pelo Fórum, assistimos relatos referentes aos artigos do grupo Amarelo, Lilás e Azul Claro.
Tivemos o depoimento da professora Viviane de Fraga, das ações sobre o meio ambiente realizado na aldeia indígena, E.E.E.F. Karaí Nhe´e Katu, incluindo atividades de composteira, minhocário, horta, canteiro de chás e classificação das árvores nativas da comunidade; o artigo do Grupo Amarelo: Poluição Visual e Sonora, A Importância do Cultivo e Uso das Plantas Medicinais do Grupo Lilás e Aproveitamento de Sobras de Alimentos do Grupo Azul Claro, que nos presenteou com bolos e geléias da cozinha experimental dos companheiros de grupo (bolo de laranja, empadão de talos, docinhos, geléias e outros).
Neste dia tivemos também a presença da Sra. Anelise G. Stifelman, Promotora Pública do município de Viamão, representando o Ministério Público, e apresentou alguns dos temas mais emblemáticos ambientais do município, incluindo questões referentes à produção e descarte de resíduos sólidos e os impactos das mineradoras ao meio ambiente e as comunidades do entorno.
Apesar da chuva e a umidade, saímos para o pátio da escola para conhecer algumas ações escolares incluindo a área destinada para a separação de resíduos recicláveis, a compostagem e minhocário a partir dos orgânicos, o professor Paulo da Escola Canadá acrescenta: “Devemos reciclar nossos pensamentos”. Fomos ao relógio do corpo humano cultivado com plantas que estão relacionadas ao melhor horário de assimilação da cura pelo organismo e no refeitório um ótimo almoço na companhia dos alunos e professores nos foi oferecido, além do lanche.
O encerramento foi realizado pelo Grupo Azul com o seguinte tema: Vamos Entrar no Clima? A proposta do grupo nos os levou a muitas reflexões. Foi muito bom.
O encerramento
Um grande círculo se forma e alegremente cantamos e desejamos Parabéns à professora Olga Justo que havia celebrado mais um aniversário naquela semana. O Grupo laranja aproveita para dizer que ficamos felizes por ter você nessa caminhada terrena, nos proporcionado conhecimento, alegria, partilha e companheirismo. Parabéns!
Neuzinha, como é conhecida por alguns, inicia o encerramento do dia dizendo que a educação transformadora se realiza dessa forma. “A mandala espiral é o símbolo dialético que representa a transformação, mudança: a força do simbólico perpassa a ecologia profunda, devemos ficar atentos a simbologia. É um paradigma diferenciado na caminhada de auxílio ao Planeta, no processo de cura.”
O livro, As Cartas do Caminho Sagrado de Jamie Sams foi lida. Carta de número 18.

Roda do Arco Iris.
Roda do Arco-Íris, doadora de vida
Com tuas chuvas purificadoras.
Unindo todas as cores, os Filhos da Terra
Voltarão a andar em Paz.
Roda do Arco-Íris, anuncias
Que os teus Guerreiros já estão em pé,
Irmãs e Irmãos em Harmonia,
A tua luz em seus olhos.
Roda do Arco-Íris, toca os nossos corações,
E nós por certo voaremos. Não sós ou separados,
Nossas cores rodopiando no céu.


“A idéia de totalidade na simbologia do Arco-Iris é em forma de espiral.”
Para finalizar o dia, o movimento foi colocado na roda. “Esse movimento fortifica a célula da mandala, que somos nós mesmos.”

Relatos dos participantes e lições do livro (carta de n°18) citado acima.
Um braço de bicho preguiça!
Carmen Lúcia Dorneles – E.E.E.M. Osvaldo Camargo/Cachoeirinha